quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Lugar para um

Quarta-feira, oito e vinte e quatro da noite no relogio de parede do restaurante. Transito caótico e chuva torrencial.
São Paulo.
Ele entra no restaurante sofisticado de shopping center, é recebido pelo maitre que pergunta quantos lugares e ele responde: lugar para um.
De estatura mediana, careca estilo Sean Connery, óculos de aro fino como o personagem de Monteiro Lobato, Dr. Caramujo, traja camisa social de mangas curtas, listrada azul-e-branco, calças pretas. Poderia ser um contador. Bem sucedido. Talvez.
Sobre a mesa, além de talheres, copos e pratos, um Iphone, água com gás, whisky com muito gelo e uma sacola plástica da Droga Raia.
Recostado em seu lugar único, pernas estendidas e cruzadas sob a mesa, toma um gole de seu whisky, discretamente olha ao seu redor, outro gole de whisky. Inércia. Estático por uns momentos. Parece morto, mas não. Dorme. Cochila. Desconecta-se.
Passados dez minutos, não mais do que isso, abre novamente os olhos, espreguiça-se de maneira imperceptivel, olha ao seu redor, toma um gole de água e senta-se de maneira ereta, checa seus emails pelo Iphone, toma outro gole de whisky. Aguarda.
O garçom se aproxima, pede licença e serve o jantar.
Em instantes, ele termina o que foi servido, pede a conta, sem café, paga e vai embora.
Nove horas e doze minutos entra no táxi e parte.


Pai, feliz aniversário!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Qual é o momento certo?

Vamos bater um papo?
Se voce me segue, deve ter reparado no silencio que este blog ficou nos últimos tempos.
Trabalho, final de ano, filhos, cachorro, marido e preguiça, invadiram meu abecedário, levaram todas as letras e fiquei incapacitada de reuni-las novamente. Esta não é bem a palavra, mas vai ficar aqui. Estou retomando!
Dificuldade de juntar tudo... sem as letras então, que foram levadas por não sei quem ou o quê, mais complicado ainda!
O tempo foi passando, o silêncio aumentando, as letras ficando cada vez mais escondidas, quase impossível de reave-las. A vontade, o desejo de escrever, dizer coisas bacanas, juntar as letras, juntar tudo e postar, me expressar e exercitar esta arte que estou aprendendo, existia. Mas aguardava "o momento".
Sentei varias vezes em frente ao computador, fiz rascunhos, guardei uns, deletei outros. Os caderninhos de anotação estão relativamente cheio de idéias, mesmo assim, a dificuldade de usa-las e transforma-las em texto permanecia.
As letras N - A - D - A, pareciam ser as únicas do vocabulário que se encontravam com frequencia.
O tal do "momento certo", realmente existe?
Acho que não. Pelo menos, prá mim, não foi isso o que aconteceu.
Vários momentos passaram onde:

Não exercitei a escrita.
Deixei de treinar combinações, ordem de palavras, desordem de pensamentos.
Não me aprimorei nem li seus comentários, criticas e sugestões.
Passei, literalmente, em branco.

Que, de todos os momentos em branco que eu venha a ter, este tenha sido o mais longo de todos!
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