segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Advérbio do cotidiano

Sempre respiro.
Todo dia me deito.
Raramente me exercito.
Nunca como jiló.
A qualquer momento, posso mudar meu caminho.
Já morei em outro país.
De longe, todos são normais.
Gosto de ficar à toa.
Às vezes não sou feliz.
Amanhã, é outro dia.

sábado, 26 de novembro de 2011

Sábado de Noemi

Jantares como aquele não eram novidade. As mesmas pessoas, o mesmo restaurante, os mesmos pratos. A diferença estava no sorriso. E só no dela...
Claro que já tinhamos visto seu sorriso em outras situações - em seu próprio casamento, nas festas de final de ano ou com a piada besta contada no churrasco. Aquele era novo.
Suas mãos insistiam em fazer malabarismos e piruetas, sorrindo junto com os lábios. Até os cabelos, quando balançavam, sorriam...

Isto sim é felicidade, pensei. Ultrapassa a fronteira do corpo, se espalha ao redor e marca um momento. Único.

Com este sentir, acordei no dia seguinte e sorri.
A sexta, foi de Celina...
Hoje, será um sábado de Noemi...


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Encontros

Chile, Argentina, Venezuela e Brasil encontraram-se para comer camarão na moranga - oferecido e feito pela Venezuela para fazer uma festa de despedida para Argentina, que está de mudança para o futuro reino de Kate e William.
Na verdade, somente tres puderam degustar a iguaria, pois Chile marcava sua presença de maneira virtual, via Skype, pois já retornou para a terra natal de seu marido Suiça, levando, obviamente, seus filhos Suiça Jr e Brasilzinho.
Este encontro, não era o primeiro e muito provavelmente não será o último deles. Mas foi único.
Depois de quatro anos de convivencia intensa, cada um dos presentes estava começando a trilhar um caminho diverso daquele que, como já dito, compartilharam nos últimos quatro anos.
Chile foi falar francês...
Argentina vai aprimorar seu inglês...
Venezuela busca carteira assinada...
Brasil virou avó e vai escrever...
E a saudade vai apertar. Ô se vai...


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Movimento Gota Dagua - eu apoio - Belo Monte, não

Segue o link de um video que, se não explica tudo, pelo menos nos leva a questionar e a querer pesquisar e tomar uma decisão mais fundamentada sobre esta obra.

http://vimeo.com/32115701

OU

http://www.youtube.com/watch?v=TWWwfL66MPs

sábado, 12 de novembro de 2011

Ah, se eu pudesse...

Se eu pudesse, deixaria o mundo sem arestas, para que quando você aprendesse a andar, não se machucasse.

Se eu pudesse, neste mesmo período, acolchoaria todos os teus caminhos para que suas quedas fossem amortecidas.

Se eu pudesse, purificaria todo o ar que você respira e todo o alimento que ingere e, de todos os males do corpo, te afastaria.

Se eu pudesse, te apresentaria o seu amor eterno.

Se eu pudesse, impediria que a dor te alcançasse.

Se eu pudesse, sofrer não seria uma palavra e muito menos um verbo.

Se eu pudesse... nada disso faria, pois te impediria de viver.

E vivendo, tudo podemos.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Morte

Ao redor dos dez anos, quando faleceu Humberto Sarcinella, meu avô paterno, lembro direitinho da seguinte cena.
Horário do intervalo no Externato Vieira de Moraes, no bairro de Campo Belo. Minhas amigas - hoje seriam chamadas de BFFs (ainda prefiro "amigas"), Mônica (morena e carioca) e Marta (loira escuro e paulistana) se aproximaram para ouvir meu segredo.
Em um círculo, pequeno e apertado, olhando para os lados - garantindo que ninguém estranho estaria próximo para nos ouvir - revelei o que se passava em minha casa.
- Meu avô morreu.
Silêncio e uma certa apreensão. Pausa dramática, olhar para os lados, continuei:
- Mas não contem prá  ninguém... NINGUEM, ouviram? Pois é segredo. Minha família tá mentindo... estão fazendo um inventário...
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