sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O ser humano, seu desenvolvimento e sua relação com o Zodíaco

Erra grandemente aquele que confunde o espírito ou a inteligencia com a Alma.
Não menos erram aqueles que confundem a ALMA com o CORPO.
Da união do espírito com a ALMA, nasce a razão.
Da união da ALMA com o corpo, nasce a paixão.
Desses tres elementos,
a Terra deu o corpo
a Lua deu a alma e,
O Sol deu o espírito,
Através dos quais o homem justo consciente de todas essas coisas, é, a uma só vez,
Nesta vida física um habitante da Terra, da Lua e do Sol.

Plutarco, 120 aC
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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Caminhar

Trago em minha história
Nem sempre boa memória...
Dores, tristeza e temores
Nada que curem, os melhores doutores.
Rancor, amargura e solidão
Endurecem o meu coração.


Trago em mim a história
Que delineia minha trajetória...
Pedras, chuvas e vales
Fizeram parte de todos os males.


Em mim, trago uma história
Que pode ser notória,
Ter glória e contar vitória.


Pois em mim, trago também
O poder de olhar além,
De reconhecer que sou alguém
Que pode fazer o bem


E que consegue, acolher também
A sua própria memória.

(a todos os meus colegas do Grupo XII - Preparatório Formação Biográfica)

domingo, 24 de outubro de 2010

As voltas da vida

Avisada que essas coisas, mexe-vira, remexe-volta, acontecem - isso foi.
Crer, prá que?
Tocou a vida, virou-voltou, remexeu-mexeu e deu no que deu - a vida voltou e ela agradeceu - a quem jamais imaginou um dia agradecer.

domingo, 17 de outubro de 2010

Perfume de Guimarães

O coroa destro jogou a roupa sobre o abajur sem se dar conta do perigo que corria com seu gesto.
A fina lâmpada quente, após horas a fio iluminando o pequeno cômodo, não precisava de muito estímulo para partir-se em vários pedaços e, se o infortúnio estivesse espreitando o ambiente, com seu calor inflamar a pinga derramada sobre a mesa.
Se tivesse, por alguns instantes, pensado em seu ato, agiria de forma a concretizar a possibilidade. Para ele, perigo era a sensação de peso que ora possuía, dos anos acumulados, da coroa dentária mal feita, da roupa surrada que o envergonhava e o hediondo abajur, acusador, mostrando o exato tempo que havia passado... era um destro acabado.
As estúpidas topadas que seus incansáveis tortos pés deram ao longo da vida, só criaram calos e dores que hoje o imobilizam.
Em sua cabeça, apenas as palavras soltas e desconexas, acompanhadas dos objetos inexpressivos, lhe davam direção: roupa, coroa, perigo, abajur... e aquela que mais rancor lhe causava, destro!
A vida inteira lhe pareceu acontecer à esquerda...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Oração

(sinal da cruz) Em nome do Shakespeare, do Neruda e do Chico Xavier...
Meu querido São Papaqueô, venho humildemente diante de suas páginas implorar sua compaixão. Estou sem criatividade, não consigo escrever uma linha sequer... deve ser praga do Sarney, pois assinei a lista a favor da saída dele da Academia Brasileira de Letras.
Não, meu santo... de maneira alguma assinei a lista para abrir uma oportunidade prá mim... quem sou eu!? Meu santo, eu te peço... ilumine minha mente com palavras belas, que quando se juntam com outras compõe um bom texto. Peço um bom texto, pois sou humilde, meu santo... não quero abusar de sua benevolencia. Mas aceitaria de bom grado uma inspiração tipo... Maria Claudia. Não quero que me tome por invejosa, meu santo... Deus me livre e guarde! Mas acho que o senhor tá sempre zelando por aquela boa alma... Ai, meu São Papaqueô, tende piedade de mim... Ontem mesmo passei diante de uma livraria e fui direto até a sessão de dicionários prá ver se acontecia algum milagre da tradução... É meu santo... da tradução, pois eu me enganei e estava diante de literatura estrangeira e como eu não queria perder a viagem, orei ali mesmo... Eu tinha que voltar pro trabalho, o senhor sabe como é isso. Ai, meu santo, que besteira... sabe nada, desde quando santo trabalha com horário! Ó meu senhor... feliz é a Marilei que prá onde olha sai texto... se não sai texto, sai foto... é a própria editora em forma de mulher... pobre de mim, meu santo... por isso estou aqui diante de ti... suplicando que derrames sobre mim tuas bençãos. Estendo, diante de ti minhas mãos, meu caderninho de anotações, o lápis e meu laptop...
Senhor, só peço que tenha piedade de mim e do meu saldo bancário e que essa criatividade toda não dependa de viagens internacionais pela Italia, India, Indonesia - ou qualquer outro local tão paradisíaco e perfeito para cenários cinematográficos - pois meu caixa tá baixo no momento...  Creio que um passeio por Cabreuva, Itu e Sorocaba já ajude neste quesito... 
(sinal da cruz) Em nome do Shakespeare, do Neruda e do Chico Xavier... amém.


sábado, 9 de outubro de 2010

Companhia

Apenas um lembrete, que esquecemos com muita frequencia: fazer companhia a si mesmo é o melhor remédio.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Observando

Conversa em um SPA.
Uma delas, com o livro "Magra e Poderosa" em mãos e jogando exclamações para todos os lados. "Nossa que porrada!" "Aqui tá me chamando de vaca e imbecil o tempo todo!"
A todos que passam, também acima do peso, recomenda: voce precisa comprar este livro! Só diz verdades!
Conclui: o leite de vaca é o mal de todos os males. Decide trocar pelo leite de soja.
Será que encontrou a solução definitiva?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sobre o amor e o tempo

Quando medito totalmente isolado
Sobre diversas coisas de meu passado,
Quando ergo castelos no ar
Vazios de medo e de pesar,
Adulando-me com doces devaneios,
Sinto que o tempo passa ligeiro.
E todas as minhas alegrias comparadas a esta são doidaria
Nada mais doce que a melancolia.
Quando desperto e totalmente isolado
E me lembro de todo o mal praticado,
Meus pensamentos então me tiranizam
E o medo e o pesar me infernizam.
Se me detenho ou me quedo no mesmo lugar,
Sinto que o tempo se move devagar.
The anatomy of Melancholy (A anatomia da melancolia, Robert Burton, 1621)

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