A casa tinha janelas que não podiam ser abertas e que desta forma seriam eternas. Os livros ocupavam prateleiras e mais prateleiras perfeitas e outras mais perfeitas. Tudo em ordem.
O que atrapalhava era o pó que insistia em penetrar na casa, intruso e sorrateiro, pelas frestas, vãos das portas, pelas solas dos sapatos, escondidos nos casacos, dentro do peito.
O pó dos dias,
ResponderExcluiro pó das horas...
Não é o pó da alma,
preso no peito,
lacrado para o mundo,
fechado para a vida,
longe dos livros,
longe das portas e janelas.
Desse pó que cega,
a casa não precisa.
Desse pó que carrega-se no peito,
que foge do pano que limpa,
da água que leva,
a casa não precisa.
Linda e significativa imagem. Lindas palavras que compõe o texto. Parabéns!
Obrigada!
ExcluirE o pó atrevido? Que espreita, arrisca, invade e transpõe? Não percebe os obstáculos, apenas é.
Do pó se constrói histórias, estórias... Ou seria o contrário?
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