domingo, 9 de setembro de 2012

Vida ISO

A casa tinha janelas que não podiam ser abertas e que desta forma seriam eternas. Os livros ocupavam  prateleiras e mais prateleiras perfeitas e outras mais perfeitas. Tudo em ordem.
O que atrapalhava era o pó que insistia em penetrar na casa, intruso e sorrateiro, pelas frestas, vãos das portas, pelas solas dos sapatos, escondidos nos casacos, dentro do peito.

3 comentários:

  1. O pó dos dias,
    o pó das horas...
    Não é o pó da alma,
    preso no peito,
    lacrado para o mundo,
    fechado para a vida,
    longe dos livros,
    longe das portas e janelas.
    Desse pó que cega,
    a casa não precisa.
    Desse pó que carrega-se no peito,
    que foge do pano que limpa,
    da água que leva,
    a casa não precisa.

    Linda e significativa imagem. Lindas palavras que compõe o texto. Parabéns!

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    Respostas
    1. Obrigada!
      E o pó atrevido? Que espreita, arrisca, invade e transpõe? Não percebe os obstáculos, apenas é.

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  2. Do pó se constrói histórias, estórias... Ou seria o contrário?

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