domingo, 7 de novembro de 2010

Minha saudade

Da gemada feita pelo meu pai para o café da manhã. Do passeio até a sorveteria Alasca, que meu padrinho proporcionava para mim, minha irmã e minha madrinha. Tomava sorvete até congelar. Fiquei com saudade deste frio. De subir na goiabeira de casa, cheia de medo dos bichinhos que moravam na árvore. A casa era deles e eu, a invasora. Da Catita, minha doce dálmata que um dia se foi sem eu entender a razão. Ficou a saudade. De cortar a cana, prá tentar assobiar e chupar ao mesmo tempo. Nunca consegui, mas valeu ter tentado. Saudades do casal de pinheiros plantados em frente à casa. Casal sim, pois um representava minha mãe e o outro meu pai. Saudades das quatro mãos, que marcavam o chão cimentado,  na entrada da oficina de "faz-tudo" do meu pai. Minha, da minha mãe, do meu pai e da minha irmã.
Oficina essa que, quando entrava um abajur, saía liquidificador que iluminava. Quando entrava ferro de passar, saía torradeira. E assim, o inventor inventava...
Saudade da minha vó, que sempre dizia: "Menina, que mania é essa de tudo ser seu? Minha mãe, meu pai, minha vó..."

Vó, hoje pode ser tudo meu?

Um comentário:

  1. Olá querida amiga.
    Passando para deixar um abraço e um bjão no coração.
    E também dizer o quanto adoro esse texto.
    Denilson

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